Isto facilmente se compreende, pois, toda a população da região costeira da Pomerânia vivia da pesca, além disto, também no seu interior havia muitos lagos e pequenos rios ricos em peixes.
Aqui no Brasil, sobretudo aqueles que tinham sido assentados nas serras da Província de Espírito Santo e de Santa Catarina, haviam trocado as terras planas com o seu mar, seus lagos e seus rios por montanhas íngremes com seus poucos riachos. A lembrança do mar e da pesca no mar Báltico tinha sido substituída pela visão dos seus pequenos açudes e do consumo eventual do “Hering” salgado que podia ser comprado nas ”vendas”, que eram as casas comerciais da colônia.
Ouvir falar em mar, ou até conhecer o mar, até praticamente na metade do século XX não deixava de ser uma indescritível aventura. Em primeiro lugar, porque havia uma distância a ser percorrida. Naqueles tempos, qualquer viajem do interior até as praias do mar, frequentemente significava uma boa caminhada matinal no escuro, uma cansativa viagem na “lotação”, como eram conhecidos como veículos de transporte coletivo com suas carrocerias feitas em madeira e ”bancos” sem qualquer conforto. Não raras vezes com emoção ou com medo, finalmente se chegava ao destino em alguma praia naqueles tempos ainda deserta, mas com um sentimento de realização. Ao menos esta também foi uma experiência daquele que vos fala.
*Ivan Seibel, Reg. Prof. Mtb 14.557, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI – A Hora Alemã Intercomunitária > bl 03, colunista www.brasilalemanha.com.br e editor de Folha Pomerana Express >
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