A conscientização pomerana – por Ivan Seibel*

Os primeiros cem anos da colonização pomerana no Brasil transcorreram dentro de um relativo anonimato.  Apenas na segunda metade do século XX começou a tomar forma esta conscientização ou sentimento de pertencimento a um grupo étnico. Isto ocorreu apenas depois que, no início da década de 1960, passou a ser feita uma sistemática análise dos fatos relacionados ao dia a dia da vida da população destas colônias, dentro de um cenário social, religioso, político, econômico e educacional.

Nos anos de 1970 começou a chamada “descoberta” de cultura pomerana. Estudos feitos na cidade de Pomerode, em Santa Catarina, tendo como foco principal os descendentes dos imigrantes pomeranos que lá chegaram, mostraram as muitas dificuldades pelas quais os protagonistas deste povoamento passaram. Na Colônia de Santa Leopoldina no Espírito Santo, o natural relevo geográfico contribuiu para um isolamento que durou um século. Já São Lourenço do Sul, no Rio Grande do Sul, com seu acesso mais fácil à navegação, bastante familiar aos assentados, rápidamente trouxe uma serie de benefícios.

O mesmo aconteceu com Pomerode, onde o estabelecimento de um parque industrial acelerou o processo de urbanização dos pomeranos. Toda e qualquer pesquisa que for resgatar relatos históricos dos imigrantes e de seus descendentes irá expor um modelo de vida social muito fechado que foi adotado na Província de Espirito Santo, mas também deverá mostrar o processo de uma integração mais precoce ocorrida nos estados do Sul do Brasil. Foram processos muitos diferentes, em colônias diferentes, porém com uma população de origem semelhante.

 
*Ivan Seibel, Reg. Prof. Mtb 14.557, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI – A Hora Alemã Intercomunitária > bl 03, colunista www.brasilalemanha.com.br e editor de Folha Pomerana Express >
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