Uma “Babilônia” linguística no interior do Espírito Santo – por Dr. Ivan Seibel*

  27 08 13    AHAI  995

 

Alô  ouvintes.
 

Os primeiros imigrantes que chegaram à Colônia de Santa Leopoldina, ES, vieram de diferentes lugares da Europa Central e se fixaram em localidades, cujos nomes ainda hoje lembram sua origem. Tivemos os suíços, os tiroleses os luxemburgeses, os hunsrücker, os hessenianos e tantos outros.

Os que vieram para cá se mantiveram mais em comunidades e utilizaram o próprio idioma para se congregarem e se protegerem. Os pomeranos chegaram mais tarde e se fixaram na região de Santa Maria de Jetibá. Onde estes eram maioria, os imigrantes de outras procedências terminaram sendo absorvidos pelos casamentos com os jovens do grupo majoritário. Estes casamentos entre holandeses, pomeranos, alemães, suíços e austríacos passaram a acontecer com cada vez mais freqüência. “Ua sou in daí selvam Familch deiras jo öftars drei ao fai sprok rära”. Ou seja, não era raro encontrarem-se pessoas comunicando-se em três ou quatro, digamos, idiomas diferentes. 

Era preciso aprender o alemão padrão para o aprendizado na escola da comunidade e para o relacionamento com a Igreja.  Precisava-se dominar a língua pomerana por ser a do meio de comunicação dominante em toda a colônia. Era preciso entender o português por ser a língua do relacionamento com as autoridades.

Por outro lado, no seio da família, muitas vezes, falavam-se os idiomas ou dialetos de uma das suas diferentes origens na Europa, como o hunsrück, o holandês, o belga, o polonês ou o tirolês. Esta heterogeneidade lingüística se manteve muito viva, praticamente até a década de 1970.
 

Seria isto por hoje.
 

Seu  Ivan Seibel