De servos na Pomerânia a proprietários de terra no Espírito Santo – Ivan Seibel*

29 10 13   AHAI  1004


Alô  ouvintes.

Muitos se perguntam como teria sido a vida social dos pioneiros pomeranos? Os hábitos e costumes de um povo reassentado em outra região costumam passar por um lento e gradativo processo de aculturação na medida em que estiver exposto a uma maior ou menor influência de outros grupos populacionais. Isto certamente deve também ter ocorrido com os pomeranos que chegaram no Brasil. Conheceram novos alimentos. Familiarizaram-se com novos tipos de ferramentas e conheceram lugares e pessoas de nomes diferentes.

Hoje, mesmo os habitantes mais antigos muito pouco informam sobre a forma como os seus antepassados aqui chegaram ou mesmo sobre os primeiros anos da história da vida destas pessoas nas novas paragens. Em geral parecem ter informações muito pouco precisas sobre esta época. Pelos relatos, a primeira geração nascida no Brasil ainda tinha uma noção das dificuldades vividas na Europa pelos seus pais. Por outro lado, a partir da segunda geração estas informações passaram a ser cada vez mais limitadas.

No seu país de origem alguns tinham sido trabalhadores diaristas das plantações de batatas ou de trigo, camareiros, tratadores de animais, porém sempre ligadas ao campo. A maioria, entretanto, era originária das grandes propriedades rurais da Pomerânea. Tinham sido servos dedicados ao seu senhor e aqui logo se viram transformados em agricultores proprietários de suas próprias terras.

Por hoje seria isto.

Seu  Ivan Seibel

*Ivan Seibel, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI e colunista www.brasilalemanha.com.br .