As questões sanitárias dos pioneiros pomeranos – por Ivan Seibel*

As suas habitações costumavam ser construídas nas proximidades dos pequenos córregos ou rios. Estes já forneciam a água para o preparo dos alimentos, para a lavação da roupa e para o “banho de bacia”. A chamada “bica” de água, na qual longos troncos de palmito “escavados” ou também grossas varas de bambu, depois de terem seus nós extraídos serviam de condutores do precioso líquido, de pontos mais elevados dos riachos até a proximidade das casas. Até mesmo na década de 1950 poucas casas dispunham destes “modernos recursos”.

A construção de instalações sanitárias começou a partir de 1950.  Esta carência, seja nas suas casas ou mesmo nas suas proximidades, levava a uma deterioração da já precária higiene nestas regiões de clima tropical. Isto representou todo um processo de contaminação de alimentos, disposição inadequada de resíduos das moradias, especialmente sanitárias, onde pessoas e animais, não poucas vezes conviviam em meio a dejetos humanos e de animais.

Todas estas dificuldades contribuíram para a manutenção do alto índice de mortalidade infantil que durou praticamente até toda a primeira metade do século vinte, comprovada pela diferença entre o número de filhos nascidos e os que, naqueles tempos, atingiam a idade adulta. Nos livros das igrejas estão registradas as causas mais comuns da mortalidade infantil, ou seja, convulsões e gastroenterites.


*Ivan Seibel
, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI – A Hora Alemã Intercomunitária > bl 03, colunista www.brasilalemanha.com.br e editor de Folha Pomerana Express >