Entretanto, regras sempre são regras e dentro deste princípio a forma de viver e de conviver na sociedade pomerana se manteve intacta, quem sabe, definida ao longo de quase um milênio.
Assim, a criança, até mesmo antes de nascer já estava sujeita a todo um regramento. Aliás, a regra era o segredo. Não se podia falar sobre a “origem” da criança. Elas simplesmente eram “trazidas”. Alguns falavam em cegonhas. Sim, cegonhas, isto é, grandes garças. Havia muitas na Alemanha e na Pomerânea. O “Klapperstorch”, na verdade era aquela garça de grande porte e que fazia um ruído intenso com o seu longo bico.
Havia também os que afirmavam que “dai oppa brinha klaina Kinna” (os macacos trazem as criancinhas). Por que o macaco? O que o macaco tem a ver com as crianças recém-nascidas? Quem sabe, foi uma aculturação, em que a ausência da grande cegonha foi substituída pelo símio, tão comum na selva brasileira.
*Ivan Seibel, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI – A Hora Alemã Intercomunitária > bl 03, colunista www.brasilalemanha.com.br e editor de Folha Pomerana Express >