“Com o batismo, a criança era apresentada à comunidade e, como padrinhos eram escolhidas pessoas que se admirava, porque se acreditava que a criança passava a ter todas as qualidades destes padrinhos“.
Era uma cerimônia para a qual a mãe levava seu filho, independente da distância a ser percorrida e que por vezes representava um dia inteiro de cavalgada. Era uma situação bem especial, pois, todos acreditavam que a criança, enquanto não fosse batizada não poderia sair de casa. Na verdade dizia-se que as crianças eram indefesas e que elas corriam risco na presença de assombrações e com mau olhado. Apenas depois de passarem pelo rito do batismo que estariam livres destes malefícios.
Certamente hoje tudo isto parece não ter sentido, entretanto até há poucas décadas atrás os recém-nascidos precisavam ser levado no colo da própria mãe até a pia batismal para se livrarem de todos estes malefícios. Algumas famílias até conduziam isto de uma forma bastante drástica. Eram momentos em que os hábitos e costumes ensinados pelo cristianismo e as lembranças do paganismo nos antigos povos da Pomerania de misturavam. Algo, talvez incompreensível para os dias atuais.
*Ivan Seibel, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI – A Hora Alemã Intercomunitária > bl 03, colunista www.brasilalemanha.com.br e editor de Folha Pomerana Express >