Quem puder conversar com pessoas das gerações mais antigas poderá sentir a dificuldade com que as atividades religiosas eram mantidas na época da segunda guerra mundial. O problema não era tão grave nas Comunidades Livres, existes em muitos regiões dos três estados do sul nas quais os dirigentes espirituais costumavam ser oriundos do próprio meio.
Entretanto, sempre que se tratava de paróquias atendidas por pastores provenientes da Alemanha, a proibição da utilização de qualquer idioma que não fosse o português, em regra, costumava inviabilizar os ofícios religiosos. A isto, aliás, também se soma o fato de muitos estrangeiros terem sido detidos. Desta forma, comunidades como as do estado de Espirito Santo, que não eram atendidas pelos pastores da chamada Igreja Missouri (Hoje IELB), chamavam alguém do seu próprio meio que tivesse um pouco mais de conhecimento para substituir os pastores nos ofícios religiosos.
Estas celebrações passaram a ser conhecidos como Lesegottesdienst (culto de leitura). Em Santa Maria de Jetibá, seguindo informações, um Sr. Karl Reblin passou ser encarregado desta tarefa. Já em Laranja da Terra o Sr. Alberto Schwarz exerceu esta função, da merma forma, o Teodoro Schwambach assumiu os trabalhos na comunidade de Domingos Martins. Na prática este culto se constituía na leitura de uma liturgia e da interpretação de um texto bíblico. Não havia a Santa Ceia e o oficiante não subia no púlpito. Em outas localidades apenas se lia algum texto de cunho religioso e se cantava com a comunidade. Era o que se tinha.
*Ivan Seibel, Reg. Prof. Mtb 14.557, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI – A Hora Alemã Intercomunitária > bl 03, colunista www.brasilalemanha.com.br e editor de Folha Pomerana Express >