Não resta dúvidas de que para os imigrantes pomeranos as lembranças da vida da velha Pátria aos poucos foram se transformando em recordações traduzidas na forma de diferentes canções e que demonstravam um sentimento de saudade e ao mesmo tempo de conformação.
Desta forma, também a própria imagem da família imperial ou do próprio imperador da Alemanha na parede da “grout Stub”, isto é, na sala de estar era vista com respeito, mas, como um fato passado. Apesar de já estarem vivendo no Brasil há duas ou três gerações, o sentimento de coesão étnica podia ser identificado facilmente, sobretudo nas regiões interioranas mais isoladas dos assentamentos pomeranos.
Na realidade não tinham mais qualquer vínculo com o seu “país” de origem, que no seu entendimento continuava sendo a Pomerânia nem externavam quaisquer manifestações de vontade de para lá retornarem. Aliás, este último fator, e a total falta de informações certamente foi responsável pela não adoção de medidas legais como a conservação de eventuais matriculas consulares para a comprovação de um vínculo oficial com o país de origem, no caso concreto, a Alemanha, ou mesmo de tentativas de obtenção de um visto para a Europa. Fato este, nos dias atuais, é lamentado por tantos pomeranos que deixaram de ter acesso à uma dupla cidadania brasileira/alemã.
*Ivan Seibel, Reg. Prof. Mtb 14.557, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI – A Hora Alemã Intercomunitária > bl 03, colunista www.brasilalemanha.com.br e editor de Folha Pomerana Express >