A alfabetização em casa – por Ivan Seibel*

Todos já devem ter ouvido falar das dificuldades com que ainda na metade do século XX os agricultores de descendência pomerana ou germânica de muitas localidades mandavam seus filhos até as escolas públicas.

As escolas das comunidades tinham sido fechadas durante a guerra. Com isto, uma boa parte da geração de adolescentes da década de 1940/50 continuou analfabeta. Os mais privilegiados aprendiam em casa ou da forma que fosse possível. Existiam estas pequenas lousas, isto é, tabuletas de ardósia de cerca de 15 por 25 cm, com uma pequena moldura, nas quais se aprendia a desenhar as primeiras letras.

Isto costumava ser feito em casa ou nas escolas precárias. Mais tarde já se tinha cadernos. Por vezes já aos sete ou oito anos de idade, à noite, depois do trabalho, sob a luz de um lampião de querosene, muitas crianças aprendiam com os pais as primeiras letras, escritas nestas lousas, frequentemente uma relíquia de família.

Para escrever na pedra usava-se um estilete de grafite do mesmo material, comprado na venda. Seu custo correspondia ao de meio quilo de manteiga. Caderno era coisa de gente de mais posses e era usado somente nas escolas públicas. Com isto muitos retardavam a alfabetização dos filhos ou, o faziam em casa e depois, aos dez ou doze anos de idade os mandavam para o Grupo Escolar.

*Ivan Seibel, Reg. Prof. Mtb 14.557, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI – A Hora Alemã Intercomunitária > bl 03, colunista www.brasilalemanha.com.br e editor de Folha Pomerana Express >
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