A alfabetização nas antigas comunidades – por Ivan Seibel

Durante o século XIX quase todo o ensino para as crianças era gerenciado pelos pastores ou por eventuais imigrantes com uma pouco mais de conhecimento. Durante a primeira metade do século XX, tanto a falta de incentivo governamental para a criação de escolas públicas, como a própria perseguição aos imigrantes geraram toda uma população de pessoas muito rudes e analfabetas.

Passado o pesadelo da Segunda Grande Guerra, as próprias Comunidades Luteranas voltaram a assumir seu papel de aglutinadoras dos “colonos” teuto-brasileiros. Diferentes atividades começaram a ser desenvolvidas, entre elas o ensino confirmatório, o culto infantil, os grupos de senhoras, coral de trombones e os grupos de canto coral. Em muitas localidades, sobretudo nas mais afastadas das áreas urbanas, continuava o receio ou o medo do pastor com a sua batina preta.

De certa forma esta situação contribuiu para que uma grande parte desta população mantivesse o hábito de comparecer aos ofícios religiosos domingueiros, mantendo, contudo, uma boa distância do pregador. Isto certamente contribuiu para a crônica falta de colaboradores mais próximos no trabalho em muitas paróquias. A partir da década de 1960, muito lentamente, cada vez mais filhos de agricultores, até mesmo das regiões mais afastadas começaram a frequentar as escolas públicas, para desta forma saírem deste analfabetismo quase compulsório que já há muitas décadas vinha castigando o povo pomerano.

*Ivan Seibel, Reg. Prof. Mtb 14.557, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI – A Hora Alemã Intercomunitária > bl 03, colunista www.brasilalemanha.com.br e editor de Folha Pomerana Express >
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