Afinal, aquele povo de pele clara e olhos azuis, que outrora, durante séculos defendeu suas terras das invasões dos poloneses, dos cavaleiros germânicos, dos dinamarqueses, dos suecos, chegou ao Brasil com um sonho de reconstruir suas vidas.
Os imigrantes logo se viram isolados pela barreira da língua e também pela geografia acidentada de muitas Colônias. Porém, da mesma forma como aconteceu tantas vezes em sua terra de origem, muitas vezes voltaram a se sentir ludibriadas pelas autoridades e por comerciantes e vendedores ambulantes inescrupulosos que viam neles vítimas fáceis de serem enganados e cujo idioma quase não entendiam.
Desta forma, como estranhos em uma nova pátria, amedrontados, não lhes restava outra coisa que não fosse recolher-se nos seus recantos, como prisioneiros virtuais em suas pequenas comunidades. Assim passaram a aguardar o dia a dia de sua vida simples, agora já cheia de desconfiança de tudo que lhes fosse estranho, centrada nos afazeres de sua propriedade e na vida da sua comunidade religiosa.
*Ivan Seibel, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI > bl 03, colunista www.brasilalemanha.com.br e editor de Folha Pomerana >