Esta era a forma de subsistência destas famílias de prole numerosa daqueles tempos. Apenas alguns poucos agricultores podiam pagar trabalhadores diaristas de fora. Os caboclos das proximidades que por vezes auxiliavam neste trabalho na lavoura, ocasionalmente arriscavam falar algum dos dialetos ou a língua pomerana, na certeza de serem compreendidos.
Entretanto, a timidez natural daquela gente interiorana, desde cedo também transformava a maioria das crianças em ouvintes atentos e de pouca conversa. Todos falavam pouco e o final do dia geralmente chegava antes que pudesse ocorrer um diálogo mais consistente em língua portuguesa.
Ao menos no seio da família pomerana a barreira na comunicação parecia manter-se intransponível. Somente mais tarde, com a sua chegada nas escolas é que estes jovens passavam a se familiarizar com o idioma pátrio. Certamente uma consequência da falta de uma política de integração entre a população de imigrantes e os habitantes nativos deste grande Brasil.
*Ivan Seibel, Reg. Prof. Mtb 14.557, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI – A Hora Alemã Intercomunitária > bl 03, colunista www.brasilalemanha.com.br e editor de Folha Pomerana Express >
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