Entretanto, se de um lado se deparavam com dilemas gerados pela própria desinformação e incompreensão, também começaram a se familiarizar com um novo conceito: eram brasileiros. Porém, uma pergunta sempre lhes voltava. Por que da guerra? Alguns poucos filhos de agricultores tinham sido convocados para os quartéis, para o “tiro de guerra”.
Lógico, com isto, com o passar dos meses, novos conceitos lhes foram sendo incorporados. Era um novo comprometimento com a ideia de pertencimento ao Exército Brasileiro. Era a conscientização de que também precisavam participar da defesa da pátria. Com o passar dos meses também começaram a chegar as notícias de que alguns haviam embarcado em navios com destino à Itália e que outros ainda estavam aguardando em quartéis do Rio de Janeiro, prontos para o embarque.
Que reflexo isto teria sobre os agricultores pomeranos brasileiros, cujos únicos interesses eram a família e a sua comunidade? Certamente levaria ainda algumas décadas para que muitas destas mulheres e destes homens finalmente saíssem deste seu isolamento, que ainda duraria por um significativo número de anos.
*Ivan Seibel, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI e colunista www.brasilalemanha.com.br .