Observa-se que estes alemães aqui radicados não se misturavam com os pomeranos brasileiros. Um dos entrevistados foi muito enfático nas suas afirmações: “Minha mãe falava o pomerano. Meu pai nunca aprendeu a falar esta língua. Ele falava francês, inglês, espanhol e depois aprendeu a falar o português. Mas o pomerano foi difícil”.
Na verdade este fato citado novamente nos remete a uma antiga realidade já bem conhecido: Apesar desta certa simpatia com que o governo getulista, ainda na década de 1930, se relacionava com as ditaduras da Alemanha nacional-socialista e da Itália fascista, estes aspectos não costumavam ser discutidos na “Colônia”. Ou seja, os pomeranos sempre viveram muito afastados dos chamados “alemães” e do próprio pensamento nazista.
Houve, sim, a distribuição de algum material de propaganda nazista impresso, especialmente da juventude hitlerista, porém, todos estavam muito mais preocupados com o dia a dia da sua propriedade e com sua própria comunidade.
Por outro lado, na época da Segunda Grande Guerra, quem era alemão não se “misturava” com ao pomeranos aqui radicados. Os novos imigrantes alemães do pós guerra, talvez até pelo medo de serem perseguidos, pouco se manifestavam. E, na medida do possível, ao menos nos primeiros anos, seguiam a sua vida dentro de um relativo anonimato.
*Ivan Seibel, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI e colunista www.brasilalemanha.com.br