Agricultura pomerana no Brasil – por Ivan Seibel*

Lógico, na região da costa do Báltico viviam muitos pescadores e também havia todo o pessoal doméstico dos proprietários de terras. Aqui no Brasil, ao serem assentados nas suas glebas, de uma forma ou de outra seguiram ou passaram a fazer parte deste novo “exército de agricultores”. Na Pomerânia os terrenos dos agricultores eram pequenos e as famílias pouco numerosas.

O adubo gerado pelas poucas aves, por uma única vaca de leite ou alguns suínos facilmente podiam fertilizar o campo. Já o modelo da agricultura familiar gerenciado pelas famílias de prole numerosa criou e conservou uma forma própria de preparar suas derrubadas e cultivar estas terras conquistadas da mata brasileira. Aqui ainda não havia qualquer preocupação com o esgotamento do solo.

O próprio confinamento da população nos enclaves de difícil acesso fazia com que continuassem muito restritos às suas lidas diárias na propriedade. Tudo isto, longe de qualquer conotação política, ideológica ou racial, também contribuiu para uma maior dificuldade na aproximação com a população nativa, seja portuguesa, cabocla ou indígena. Lógico, isto não pode ser considerado como regra geral para a imigração.

 

*Ivan Seibel, Reg. Prof. Mtb 14.557, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI – A Hora Alemã Intercomunitária > bl 03, colunista www.brasilalemanha.com.br e editor de Folha Pomerana Express >
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