Atividades culturais podem tornar-se Patrimônio Imaterial. A Paraíba está em processo de registro desta atividade cultural junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan. O foco para o desenvolvimento das instruções para o Registro é orientado sobre a expressão “Matrizes do Forró”, que recorta o objeto e o diferencia das manifestações mais atuais do gênero musical. Outro ponto destacado pelo parecer do Iphan é um estudo sobre os saberes associados ao forró como elemento estruturante de suas matrizes, características que agregam maior valor patrimonial ao registro, se adequando a prática preservacionista aplicada pelo Instituto. Para o secretário de Estado da Cultura, Chico César, “as matrizes do forró inserem-se na definição identitária do homem nordestino que, historicamente, com o forró deixa de ser ‘nortista’, em oposição ao ‘sulista’, e assume aí um lugar simbólico especial, dele, nosso. A própria autoestima do homem nordestino e sua autoimagem, a partir dos cocos, os baiões de viola, o aboio, os brinquedos juninos e natalinos, condensados na figura de Luiz Gonzaga, foram aí redescobertas e reinventadas”.
Neste sentido, Chico César ressaltou ainda a política de registro do patrimônio imaterial como um instrumento fundamental para o fortalecimento simbólico do Estado e da região, e refletiu sobre as possíveis consequências após o registro. “As cadeias produtivas e informais criadas em torno do forró e seus afazeres, como a música, a indumentária, a rica gastronomia e a cachaça, o artesanato, serão potencializados com este reconhecimento”, analisou o secretário.
O processo de registro será realizado em parceria com a Superintendência do Iphan na Paraíba, podendo os demais Estados do Nordeste também aderir.
Fonte: Nelci Terezinha Seibel – newsletter Volta ao Mundo
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