Eficiência brasileira
Na semana passada publiquei na página 3 “Começo de Conversa” do Jornal do Comércio, da qual sou editor, a foto de um relógio analógico sem os ponteiros da estação ferroviária de Tübingen, Alemanha. A explicação, enviada pela leitora Annemarie Frank, foi que lá teve o jeitinho alemão. Como a máquina estava sendo consertada, retiraram os ponteiros para evitar que algum passageiro fosse induzido ao erro. Fiz a nota pelo lado de que não é só brasileiro que é malandro no jeitinho.
O assunto evoluiu porque estudantes brasileiros que lá estudam comentaram a curiosidade dos seus colegas alemães pelas colunas dos jornais brasileiros, e o tio da leitora, que mora em Tübingen, naturalmente divulgou meu comentário no círculo dele. A essa altura, os moradores começaram a cobrar da municipalidade a demora no tal conserto, e um deles enviou uma carta ao jornal local, o Schwäbisches Tagblatt. Ontem, recebi a reprodução da carta de um leitor à publicação, na qual ele se diz incomodado com a demora em resolver o problema porque “viramos chacota no Brasil, no jornal Começo de Conversa” – faltou o nome do JC na nota.
O relógio foi consertado em seguida, na pressão. É para ver como é espantosa essa internet. Eu gostaria muito de contar essa história para o meu querido pai. Eu consegui, do Brasil, acelerar o conserto de um relógio alemão com uma simples nota de jornal.
Nota da Redação BrasilAlemanha: Tübingen é uma clássica cidade universitária do Sudoeste da Alemanha, de onde nossa comentarista e doutoranda Lissi Bender envia, por mais uma temporada, seus apreciados comentários semanais para o programa radiofônico AHAI – A Hora Alemã Intercomunitária/Die deutsche Stunde der Gemeinden e para a nossa mala direta BrasilAlemanha Neues.