As parteiras auxiliavam neste trabalho até mesmo porque, a distância até um médico costumava ser muito grande. Até o ano de 1960, na maioria das cidades, quando se tinha um profissional da medicina com formação, este era responsável pelo atendimento de uma população de uma área muito extensa.
Precisava-se percorrer quarenta, cinquenta ou mais quilômetros até a sede dos municípios. Além disto, as possibilidades de transporte eram precaríssimas. Tudo isto, sem levar em conta que nos anos imediatamente de pós-guerra, muitos destas facultativos de origem germânica terminaram sendo detidos ou proibidos de exercerem as suas atividades.
Da mesma forma como no atendimento médico, o atendimento dentário sempre foi muito precário, limitado, na maioria das vezes às extrações dentárias e às raras obturações. Havia alguns “dentistas práticos” que até atendiam à domicílio. Na realidade estes “profissionais” detinham um conhecimento extremamente limitado e que costumava ser “ensinado” para alguns “aprendizes”.
Desta forma, muitas vezes, estes “dentistas”, munidos de seu “buticão”, uma espécie de alicate para extração dentária e da “broca de dentista”, movida a pedal, ofereciam seus serviços para quem deles precisasse. Era o que se tinha e com que se podia contar.
*Ivan Seibel, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI – A Hora Alemã Intercomunitária > bl 03, colunista www.brasilalemanha.com.br e editor de Folha Pomerana Express >