Com o passar dos anos, todo um arsenal de práticas populares de curas praticadas entre os pomeranos geraram um importante “acervo de conhecimento” de uma medicina alternativa. Se no início, seus praticantes eram simples raizeiros ou garrafeiros, como eram chamados estes curandeiros, com o passar dos anos passaram a concorrer abertamente com a própria medicina tradicional.
A sua sobrevivência como prática consagrada se deve sobretudo à confiabilidade perante a sua “clientela” associado aos resultados obtidos com a utilização cada vez mais frequente de recursos farmacêuticos tradicionais. A isto também e soma todo um aspecto de logística e de custo. Quantos núcleos pomeranos, ainda hoje continuam sem posto de saúde e sem médicos?
É desta forma que a medicina popular gratuita e de fácil acesso, até mesmo nos dias atuais continua repassando seus conhecimentos e seus “livros de medicina popular” de geração em geração. Mas, ao se perguntar a um pomerano convicto se está certo ou errado tratar-se com alguém que realmente não é médico, logo teremos a resposta: “Na Carta aos Coríntios, está escrito que, com a palavra de Deus podes receber ajuda”.
*Ivan Seibel, Reg. Prof. Mtb 14.557, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI – A Hora Alemã Intercomunitária > bl 03, colunista www.brasilalemanha.com.br e editor de Folha Pomerana Express >