Se de um lado havia uma grande deficiência na própria alfabetização, pela absoluta falta de escolas no meio rural dos antigos assentamentos, por exemplo, na agricultura, alguns hábitos e costumes foram fundamentais para a aprendizagem, pois, na medida em que a criança crescia precisava aprender a trabalhar.
Não havia escolas agrícolas e era necessário acompanhar os seus pais no dia a dia da roça. Era a sua preparação para a vida. Na década de 1970 chegou a ser publicada uma ampla reportagem em um jornal da Alemanha, descrevendo, o que chamaram de “trabalho escravo infantil”. Ná prática, os adolescentes precisavam ver, ouvir e assimilar o que os mais velhos faziam. Era uma forma de aprendizado pela observação e pela prática.
Os diversos momentos do dia a dia da família precisavam ser vivenciados, como acontecia na iniciação na agricultura. Este processo também se estendia aos momentos da visitação a outras famílias. Diziam que “a criança não fala, ela ouve”. Frequentemente estes jovens sequer podiam ficar na sala de estar quando as visitas chegavam. Ou seja, não era permitido que participassem das conversas de adultos. Porém, à noite todos sentavam em torno da mesa e os adultos contavam histórias sobre a vida, sobre o trabalho ou até sobre fantasmas. Era assim que os conhecimentos costumavam ser repassados de geração em geração.
*Ivan Seibel, Reg. Prof.Mtb 14.557, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI – A Hora Alemã Intercomunitária > bl 03, colunista www.brasilalemanha.com.br e editor de Folha Pomerana Express >
Ivan Seibel
- Prof.Mtb 14.557
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