O “Curandeirismo entre os Pomeranos’ – por Ivan Seibel*

Sempre que alguém fala em curandeirismo, somos levados a pensar nos mais diferentes tipos de preparados a partir de plantas. Na verdade não há quem não goste de saborear um chá delicioso. Entretanto, aqueles preparados com finalidade medicinal podem não ser tão saborosos, porém são indicados com uma finalidade terapêutica, independentemente de sua eficácia.

Uma atenta análise das respostas obtidas em entrevistas com muitos pomeranos já mais idosos permite observar uma nítida diferença entre curandeirismo e o próprio benzimento. Para uma melhor compreensão será novamente preciso recuar na história deste povo e analisar o próprio quadro sanitário e de saúde da sua população mais antiga. Logo podemos constatar que, com a falta de uma assistência médica tradicional, seja pela sua absoluta inexistência ou mesmo pela falta de recursos financeiros dos pioneiros imigrantes e das primeiras gerações aqui nascidas, estes foram obrigados a procurar por práticas alternativas que pudessem trazer conforto aos enfermos e aos seus familiares.

Em muitos assentamentos, desde os primeiros tempos, os colonos daqui do Brasil sempre careceram de recursos médicos. Era preciso encontrar um ”curador” que pudesse trazer-lhes algum tipo de socorro. Foi desta forma que surgiram os “Walddoktor” (médicos da floresta), os quais, com a sua habilidade com o manejo de ervas preparadas com água fervida, conseguiram limpar muitos ferimentos infectados e, com poções analgésicas aliviar as dores dos seus clientes.

*Ivan Seibel, Reg. Prof. Mtb 14.557, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI – A Hora Alemã Intercomunitária > bl 03, colunista www.brasilalemanha.com.br e editor de Folha Pomerana Express >