Aliás, há quem diga que o próprio modelo de seu governo da época facilitava esta identificação com as administrações do “Eixo”. Talvez, como uma consequência disto, o nacionalismo brasileiro terminou se tornando extremamente agressivo contra tudo que não fosse legitimamente “brasileiro”.
Mas, o que isto tem a ver com os pomeranos brasileiros? Vale lembrar que, apesar de a imigração alemã, com o desembarque do seu primeiro contingente, ter acontecido oficialmente em 1824, o primeiro grupo de pomeranos somente chegou em outubro de 1857.
A imigração pomerana também fez parte desta importante fase do extenso processo de povoamento do Brasil. E, isto, por dificuldades quase intransponíveis, aconteceu de forma muito lenta e dentro de um ambiente muito fechado.
No Rio Grande do Sul, o maior contingente deste grupo étnico se fixou em São Lourenço do Sul e arredores. O assentamento de agricultores pomeranos em Santa Catarina, aconteceu cerca de 11 anos mais tarde, ao longo da margem do Rio Testo e que mais tarde viria a se chamar de Pomerode. O mesmo ocorreu na região de Santa Leopoldina no Estado de Espirito Santo.
Terminada a guerra, a permanência de pastores de fala alemã e a “ordem” de que os ofícios religiosos teriam que ser realizados em língua alemã fizeram com que se mantivesse este sentimento de superioridade alemã sobre os grupos populacionais isolados destes pomeranos. Isto talvez explique a chamada germanização dos pomeranos brasileiros.
*Ivan Seibel, Reg. Prof. Mtb 14.557, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI – A Hora Alemã Intercomunitária > bl 03, colunista www.brasilalemanha.com.br e editor de Folha Pomerana Express >
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