O luto na família pomerana – por Ivan Seibel*

Assim, a refeição na casa de um falecido, depois do sepultamento era preparada pelas vizinhas, para que, ao final de todo o cerimonial ninguém fosse para casa com fome.

Esta data, da mesma forma como o Natal e a Páscoa, se constituía em um destes raros momentos em que se servia pão de trigo. Comer Wittbrout (pão de trigo) depois do enterro, de certa forma representava o início de todo um processo de luto.

Aliás, com o falecimento de um familiar ou de um parente próximo sempre era preciso observar o luto. Com isto, não se podia dançar e a própria diversão era desaconselhada. Nas festas de casamento, por exemplo, podia-se caminhar ao lado da noiva, mas não se podia dançar.

Na verdade este luto durava sete anos. E não se aceitava um dia a menos. Se por acaso viesse a falecer um outro familiar, esta contagem de tempo dos sete anos passava a ser recalculada. Além disto, os familiares próximos costumavam prender uma pequena fita de cor preta no bolso da camisa ou do casaco. Eram outros tempos e eram outros costumes.

*Ivan Seibel, Reg. Prof. Mtb 14.557, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI – A Hora Alemã Intercomunitária > bl 03, colunista www.brasilalemanha.com.br e editor de Folha Pomerana Express >