Isto fez com que muitos filhos de agricultores seguisse para a cidade, até para poderem fugir do ambiente onde não mais se sentiam bem. Ser pomerano parecia ser vergonhoso. Nos centros urbanos, o anonimato em meio à multidão, a possibilidade de estudar, de viver como os outros viviam, parecia trazer mais tranquilidade. Isto se tornou ainda mais atrativo pelo fato do Governo Vargas ter fechado todas as escolas rurais mantidas pelas comunidades.
Portanto, a evasão para a cidade também se apresentava como único caminha de uma fuga do analfabetismo aos quais muitos estavam condenados. Foi uma época em que muitos queriam se esconder da verdade. Não queriam ser pomeranos. Não queriam ser alemães. Queriam se misturar. Foi também nesta época que iniciou um novo êxodo rural, especialmente de pomeranos capixabas, inicialmente de forma discreta para o estado do Paraná e logo de forma maciça para o então território de Rondônia.
Os mesmos procedimentos que faziam aqui passaram a fazer por lá. Porém um novo mundo parecia estar se abrindo, mas muitas dificuldades continuavam acompanhando estes migrantes nas suas novas terras.
*Ivan Seibel, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI e colunista www.brasilalemanha.com.br