Foram os anos em que os assentados assumiram os lotes de terras e passaram a produzir o suficiente para a sua subsistência, ao mesmo tempo em que, em algumas localidades também passaram a se isolar hermeticamente de qualquer influência social e cultural da população nativa brasileira.
Criaram um modus vivendi em que, de um lado, procuravam conservar a forma de construir suas habitações, o seu estilo de vida e o idioma, ao mesmo tempo em que a comunicação oral por ocasião dos encontros para os ofícios religiosos costumava girar cada vez mais em torno das vivências do dia a dia da colônia. Certamente procuraram organizar uma sociedade, talvez até próxima daquela que haviam deixado para trás. Logicamente sem o fator opressivo do domínio feudal da antiga Pomerânia.
A preservação dos antigos costumes e a própria maneira de pensar e de agir socialmente os distanciava do estilo de vida do caboclo e dos descendentes dos antigos escravos. Desta forma procuravam conservar características de rotinas advindas do dia a dia da velha pátria, como a própria distribuição de tarefas na labuta do cotidiano e de envolvimento de toda a família, inclusive dos filhos na jornada diária do trabalho.
*Ivan Seibel, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI e colunista www.brasilalemanha.com.br