A desinformação e a falta de orientações que deveriam ter recebido das entidades responsáveis pelos assentamentos fizeram com que toda esta população se visse literalmente abandonada.Com isto também o quadro sanitário da população durante os seus primeiros anos da colonização foi muito precário.
Vale citar que a própria desnutrição de muitos destes agricultores, em grande parte foi em decorrência da dificuldade na adaptação aos alimentos nativos aqui encontrados e da consequente falta de uma alimentação adequada. Até se poderia dizer que a disponibilidade basicamente do feijão e da farinha de mandioca contribuíram para a manutenção desta situação.
É notório que, os que aqui chegaram costumavam ser originários das camadas mais pobres dos pobres da Europa. Ou seja, a grande maioria era constituída de diaristas e de ex-servos de grandes latifundiários. Há também outros fatores que podem ser citados e que contribuíram para a manutenção de toda uma situação sanitária precária.
Em primeiro lugar, nunca houve qualquer política de saneamento ambiental. Nunca se teve recursos para investimento no setor. Em outras palavras, todo o conhecimento que hoje se tem sobre contaminações a partir de esgoto sanitário, seja humano ou animal, descarte de produtos ou de lixo, preservação de fontes e rios ainda estava longe de ser de domínio público. Era o preço do pioneirismo.
*Ivan Seibel, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI – A Hora Alemã Intercomunitária > bl 03, colunista www.brasilalemanha.com.br e editor de Folha Pomerana Express >