Em muitos lugares do Brasil o desconhecimento da língua portuguesa continuava sendo um grande entrave na comunicação com a população brasileira. Já fazia dez anos que o pomerano tinha sido proibido, assim como o próprio idioma alemão e outros dialetos.
A pergunta que se fazia era sempre a mesma: como se comunicar com as autoridades? O que fazer quando as crianças eram mandadas para as escolas e “sofriam” nas mãos das professoras apenas porque não entendiam o que estas falavam? A guerra na Europa tinha terminado, porém mesmo no pós-guerra a repressão aos teuto-brasileiros de muitas localidades parecia estar viva e se manifestando com toda força.
Novamente os pomeranos brasileiros, mesmo sem qualquer vínculo com a nazificação da Alemanha, continuaram pagando uma conta que não era deles. Mesmo para aqueles poucos que, convocados para os quartéis e para os “tiros de guerra”,a vida no seu retorno ao campo não foi nada fácil, pois, se como colonos-soldados tinham sido preparados para uma guerra que sequer compreendiam, podiam apenas observar sem sequer compreender a forma como os seus concidadãos pomeranos brasileiros ainda eram hostilizados por fanáticos de grupos nacionalistas radicais.
*Ivan Seibel, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI e colunista www.brasilalemanha.com.br .