Se na região central do Rio Grande do Sul, os integrantes deste grupo étnico foram simplesmente vistos como imigrantes alemães e tratados como tal, nas colônias do interior do Espírito Santo o envolvimento da população “brasileira” com os descendentes dos pomeranos foi pouco representativo.
Este fato certamente foi auxiliado pelas dificuldades de comunicação das regiões de colonização basicamente pomerana com o mundo exterior e também pelo estabelecimento da barreira criada pela preservação das línguas e dialetos estrangeiros. Segundo relatos de antigos moradores ainda vivos, no isolamento em que viviam, pouca informação sobre a Primeira Guerra chegava ao “Colono”.
Mesmo assim, estas devem ter ficado mais no pequeno círculo representado pelos pastores ou professores, pois os agricultores não costumavam ter grandes acessos a livros ou jornais da época. Mesmo assim, alguns falavam no imperador da Alemanha, no Kaiser Guilherme. Contava-se que com a saída do Kaiser teria chegado a República e que com esta teria desencadeado uma outra revolução, pior do que própria guerra, que a população teria ficado sem dinheiro e sem alimentos e que muita gente teria morrido de fome. Enfim, falavam das muitas dificuldades pelas quais os habitantes da Alemanha passaram.
*Ivan Seibel nasceu no Espírito Santo e é médico em Venâncio Aires, RS. O áudio deste comentário para o Programa radiofônico AHAI 1082 pode ser acessado aqui – bloco 03