Eckhard Ernst Kupfer*, jornalista, ex-diretor do Instituto Martius-Staden de São Paulo e comentarista AHAI, bl. 05.
Até meados de novembro, políticos, representantes empresariais, cientistas e ambientalistas estarão reunidos em Glasgow, na Escócia, para encontrar uma solução compatível para a poluição do ar, do mar e da terra.
Como o número sugere, é a 26ª conferência desde a RIO 92. As pessoas gostam de se encontrar, discutir e estão sempre preocupadas com o futuro. Protocolos e declarações de intenção também são regularmente acordados e às vezes até mesmo contratos são celebrados, mas até agora não há uma organização ou órgão que tenha o poder de verificar e comprovar se esses acordos são realmente cumpridos.
Cabe então a cada país participante certificar-se se esses contratos simplesmente são esquecidos ou desaparecem na gaveta, ou se realmente são processados. Vamos dar dois exemplos:
Como um dos maiores poluidores, a China tem uma influência decisiva em toda a região do Extremo Oriente com suas emissões de CO2 e é a principal responsável pelo aquecimento global no Mar chinês e em todo o Oceano Pacífico. Agora, o presidente anunciou que a meta climática para neutralizar as emissões não poderá ser alcançada no máximo até 2050, e sim somente até 2060. Honestamente, isso pode ser levado a sério?
A Alemanha, por outro lado, que em breve terá um governo fortemente influenciado pelos verdes, já sonha em se tornar uma ilha verde no meio da Europa. Até 2030, apenas carros elétricos devem estar nas estradas, desde que todos possam pagar por eles. Em 2022, a energia nuclear limpa deve ser desligada, pois poderia haver contaminação em algum momento, mas isso não impede que os Estados vizinhos continuem a investir em reatores nucleares. A energia virá apenas de células solares e turbinas eólicas. Mas o que acontecerá se o sol não brilhar por meses, onde muitos resistem ao fato de que o país logo terá mais turbinas eólicas do que árvores? Então seja: importa gás da Rússia, como se isso não emitisse CO2.
É fácil ver como os países participantes são arbitrários nessas conferências. Seus representantes se encontram, falam, comemoram, e se consideram importantes. Se essas conferências realmente beneficiam o meio ambiente, só ficará claro quando a maioria dos participantes não estiver mais no cargo ou já tem partido desta vida.