Pomeranos adaptam-se a novas opções de alimentação – por Dr. Ivan Seibel*

 

 Programa radiofônico AHAI 993  17-18 08 13  –  AHAI  993

 

Alô  ouvintes.
 

 

Com o passar das primeiras décadas, as mudanças alimentares dos pomeranos aos poucos foram passando pela natural acomodação dentro do próprio aproveitamento da flora existente no Brasil. Na medida em que o conhecimento sobre a fauna e os recursos naturais nativos aumentava, o próprio aproveitamento destes recursos silvestres terminou melhorando. Aqui teve início a gradativa auto-suficiência alimentar dos colonos. Como diziam, dai Kunista müsta jo doch aeta wats planda deira ua wats uttuscha künna. Ou seja,  cada família consumia o que produzia ou o que podia ser obtido em uma eventual troca de produtos com algum vizinho.

Enfim, consumia-se o que era produzido na roça. Plantavam feijão e a mandioca para fazer farinha. Passaram a cultivar batatinha e o aipim e já bem mais tarde começaram a plantar o arroz nas baixadas e que era descascado no pilão. Criavam galinhas e porcos. A farinha de trigo somente era comprada no Natal, quando podia ser feito um pão de trigo. Fora isto só havia pão de milho. Comia-se também aves slvestres como charom, macuco, arruba e havia muito peixe. Abatiam muita paca e que era capturado com facilidade. Dava carne para três a quatro dias.

Bom, como se pode concluir com uma boa conversa com os habitantes mais antigos ainda vivos, a partir da segunda geração os imigrantes já começaram a ter uma vida melhor. O mais difícil eram os cuidados com a higiene e com a roupa.
 

 

*Ivan Seibel, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI e colunista www.brasilalemanha.com.br .