As lembranças de histórias de seus antepassados pareciam renovar-lhes o medo de novamente perderem os seus bens e de terem que refugiar-se em outros recantos. Na Europa tinham vivido em um relativo isolamento nos latifúndios e talvez até em função de toda uma luta contra as constantes investidas de potências estrangeiras mais fortes.
Aqui, além de terem adotado toda uma maneira de ser bem característica, esta população, durante mais de 150 anos também preservou a língua e os costumes pomeranos. A barreira da língua portuguesa, mantida ou não intencionalmente, parecia ter-se transformado em um escudo contra a ingerência estrangeira no cotidiano da família.
Ao se encapsularem em seu próprio mundo, tentaram sobreviver. Em muitas localidades, da mesma forma como há mil anos já vinham fazendo uniram-se e reforçaram as suas defesas para conseguirem manter a sua integridade.
*Ivan Seibel, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI – A Hora Alemã Intercomunitária > bl 03, colunista www.brasilalemanha.com.br e editor de Folha Pomerana Express >