Pessoas que no começo dos anos trinta chegaram a conhecer algumas destas tantas regiões mais afastadas da colonização pomerana no Brasil certamente se depararam com uma população com muitas características que devem ter sido semelhantes às dos primeiros imigrantes que aqui chegaram.
Longe dos centros urbanos, continuavam falando os idiomas e dialetos dos pioneiros. Além disto, com o franco predomínio da língua pomerana sobre as demais línguas e dialetos, a própria resistência à assimilação de qualquer cultura nativa continuava muito forte.
Desta forma, a vida destes “colonos” ainda se resumia ao dia a dia de uma existência vivida dentro de um raio de não muito mais de dez ou quinze quilômetros. Este processo já tinha iniciado com os pioneiros, pois foram instalados em meio a uma densa mata, sem a presença de um estado patrocinador de uma educação integradora.
Em consequência deste fato, a presença da igreja luterana ou católico-tiroleza, mesmo que precariamente, logo oportunizou a criação de um mundo próprio que muito bem se desenvolveu entre os imigrantes e que persistiu durante décadas. A vida no campo precisava ser vivida e era também esta que este povo conhecia.
Seria isto por hoje.
Seu Ivan Seibel
*Ivan Seibel, natural do ES, é médico em Venâncio Aires, RS, prof. adjunto da UNISC, pós-graduado em Urologia pela UFCSPA, Dr. em Clínica Médica/Nefrologia pela PUCRS, pós-doutor em História/EST, escritor e comentarista do programa radiofônico bilíngue AHAI – A Hora Alemã Intercomunitária/Die deutsche Stunde der Gemeinden.
Áudio: AHAI 1088 – bl 03 www.brasilalemanha.com.br/ahai – a partir de sexta-feira