Em segundo lugar, a falta de espaço para novos desmatamentos em muitos estados reforçou este fluxo de migrantes, inicialmente direcionado para o estado do Paraná e posteriormente para Rondônia. Repetiu-se o mesmo mecanismo de desbravamento já tantas vezes utilizado e que implicava nas derrubadas, nas queimas e nas plantações, apenas que, desta vez, em novos estados brasileiros.
O maior problema do povo pomerano, ao menos na maior parte da regiões, foi o que se poderia chamar de falta de acesso ao desenvolvimento. Ou seja, as vias de acesso para qualquer recurso eram péssimas. As estradas frequentemente eram intransitáveis. Não havia telefone. As distâncias até as escolas costumavam ser grandes. Foi nesta época, na década de 1970, que os pomeranos foram “descobertos” pela mídia.
Inicialmente com a divulgação de uma sucessão de infelizes reportagens, como por exemplo, aquela que foi chamado de “Trabalho escravo infantil”, mas que, ao final, terminou desencadeando toda uma reavaliação da Cultura Pomerana no Brasil.
*Ivan Seibel, natural do Espírito Santo, é médico em Venâncio Aires, RS, escritor (“Imigrantes a duras penas”, entre outros), comentarista do programa radiofônico semanal AHAI e colunista www.brasilalemanha.com.br